Cartografias

Na Cartografia escolar, em mediações didáticas rizomáticas, é coerente permitir a autonomia dos estudantes no processo criativo de construção de conhecimento e a integração de diversas abordagens cartográficas, concomitantemente ou não. Podemos oportunizar atividades que incentivem a criação de mapas múltiplos, considerando as diversas perspectivas de compreensão do espaço geográfico e das relações socioespaciais dos envolvidos. 

A proposta é trabalhar com os estudantes a construção de mapas vivos e orgânicos, que envolvem tanto a subjetividade quanto a historicidade dos lugares. A jusante, oportunizamos o contato com possibilidades de experiências a serem mediadas e vivenciadas junto aos estudantes. A ideia é fomentar a subversão da cartografia tradicional sem deixar de creditar suas históricas e relevantes contribuições para ciência e aplicação no senso comum.

Cartografia Decolonial

Na perspectiva de analisar as relações de poder e as narrativas dominantes no espaço e nos mapas tradicionais. Podemos desafiar os estudantes a identificarem pontos da cidade ou do bairro marcados por diferentes histórias e culturas, discutindo como esses lugares foram construído por processos coloniais e como podem ser ressignificados.

Cartografia Afetiva

Buscando conectar as experiências pessoais e emocionais dos estudantes com o território. Cada integrante do grupo escolhe um local significativo para si e contribui com a criação de um mapa afetivo, registrando suas lembranças e sentimentos. Esses mapas podem incluir desenhos, palavras ou símbolos que representem o afeto e as memórias atreladas ao espaço.

Cartografia Artística

Na expectativa de oportunizar a livre interpretação e expressão dos espaços a partir da estética e subjetividade, os estudantes podem fazer releitura artística de um bairro ou lugar conhecido, utilizando técnicas como colagem, pintura ou até o grafite nas instalações. A ideia é representar o espaço de maneira criativa, sem a preocupação com a precisão geográfica.

Cartografia Sonora

Com o intuito de explorar o ambiente por meio dos sons que o caracterizam e o diferenciam, os estudantes gravam os sons de localidades específicas (escola, praça, rua movimentada) e, em seguida, criam um mapa em que esses sons são representados visualmente. Podem incluir legendas ou cores para diferenciar os tipos de sons.

Cartografia do Poder

Na perspectiva da Cartografia do Poder, a mediação didática pode estimular a reflexão crítica sobre as relações hegemônicas implícitas e explicitas nas representações espaciais, destacando a influência das forças políticas, econômicas e culturais na produção dos mapas. A sugestão é analisar criticamente mapas convencionais na ótica da desconstrução da rigidez da cartografia tradicional, denunciando as intenções e a invisibilidade de determinadas áreas, mas, utilizando suas contribuições como ponto de partida para explorar novas possibilidades interpretativas, enfatizando a autonomia criativa dos estudantes. 

Cartografia Tátil

Para trabalhar a percepção do espaço através do toque e do sentido de presença podemos propor que os estudantes façam um mapeamento cego, guiando-se apenas pelo toque, textura e temperatura dos locais. Depois, podem descrever suas sensações e associá-las aos espaços.

Além disso, pode contribuir com o trabalho final e colaborativo com uma legenda tátil confeccionada a partir de diferentes texturas ou em braile.

Cartografia Pregressa

Com a proposta de analisar o contexto histórico e geográfico e os processos que levaram à configuração atual do lugar, do bairro ou de fenômenos sociais observados, os estudantes escolhem pesquisar sobre suas transformações ao longo do tempo, criando um mapa que ilustre essas mudanças e os respectivos responsáveis. Podem, como exemplo, incluir fotos ou reportagens antigas, relatos de pessoas da comunidade ou objetos que ajudem a contar as histórias.

Cartografia Colaborativa

Vislumbrando a socialização e construção de conhecimentos em conjunto, a partir da perspectiva e contribuição de todos os participantes. Toda a turma cria um mapa coletivo de determinada área comum, onde individualmente ou em grupo contribuem com as respectivas percepções espaciais, aquelas que considerarem relevantes e significativas.

O mapeamento pode ser confeccionado em momento oportuno de aprendizado e, inicialmente representado, em papel kraft, em dimensões expandidas. As informações coletadas pode ser inseridas em mapa digital, em plataformas como por exemplo, Padlet (https://padlet.com/account/setup) ou Google Earth (https://www.google.com.br/earth/). Esse mapa, após ser submetido ao crivo dos envolvidos, pode ser socializado em evento de exposição no espaço escolar.

Paisagens Sonoras sobre obras de TARSILA DO AMARAL – uma viagem sonora

Oficina de Cartografia Afetiva | Mapa de Memórias Rolé Carioca

Implantação do piso tátil a pessoa com deficiência Visual no Terminal Alvorada

Oficina de Afeto – a Escola como laboratório afetivo

Colonialidade cartográfica

Porque o GOOGLE NÃO MOSTRA o mesmo MAPA pra TODO MUNDO

Mapa Mental dos Sonhos – Atividade de Arte

Mapa tátil permanente 

Mapeamento Participativo e Cartografia Social

Exposição “Cartografias Sonoras” explora sonoridade de objetos do cotidiano

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